Empreendedorismo no Brasil: entenda o senário atual
O empreendedorismo no Brasil é um assunto muito discutido, afinal cerca de 70% dos brasileiros sonham em ter seu próprio negócio um dia. Todavia, é preciso conhecer o real sentido dessa palavra, bem como as variáveis do macroambiente e ambiente-tarefa.
Infelizmente, muitas pessoas dão início ao próprio negócio sem nenhuma perspectiva do mercado. Para alguns, isso demonstra diligência, mas não é verdade. É preciso conhecer o cenário em que vai empreender, pois assim é possível economizar tempo e dinheiro.
Pensando em tudo isso, criamos um guia para você. Hoje, vamos falar sobre empreendedorismo no Brasil, os principais desafios e as oportunidades. Continue lendo e fique por dentro do assunto!
Entendendo, de fato, o que é Empreendedorismo
Há uma grande confusão ao se tratar do assunto. Muitas pessoas acreditam que empreender é abrir uma empresa, o que não é verdade. Na realidade, empreender está mais ligado a uma postura, como a de encarar os problemas como oportunidades, por exemplo.
É por isso que hoje se fala em tantos tipos de empreendedores, como o corporativo e o social. Contudo, o foco maior ainda está no empreendedor que abre o seu próprio negócio, isto é, no empresário. E o motivo é simples: esse tipo de empreendedor movimenta a economia.
Entretanto, é preciso considerar o atual cenário. O Brasil está saindo de um período de crise financeira, há sérios problemas políticos, oportunidades trazidas pela indústria 4.0, bem como ameaças em meio à concorrência. Fatores que serão analisados nos próximos tópicos.
Oportunidades e ameaças do ambiente externos
O ambiente externo é muito abrangente. Por isso, convém dividi-lo em dois principais blocos: o macroambiente e o ambiente-tarefa.
O primeiro se refere ao ambiente geral, que engloba aspectos abstratos – como economia, política, tendências de mercado e tecnologia. O segundo se refere a aspectos mais próximos, como: clientes, concorrentes e fornecedores de uma empresa.
No macroambiente, uma importante tendência a ser considerada é a indústria 4.0 ou, como muitos preferem chamar, a quarta revolução industrial. Nunca tantas tecnologias contribuíram para a gestão de negócios. Hoje, é possível automatizar muitos processos empresariais.
Outro aspecto muito importante é a economia, que será tratada em outro tópico. O período de recessão abriu oportunidades para empresas antes impensadas, como negócios colaborativos.
Já no ambiente-tarefa, também chamado de microambiente, é importante destacar a crescente informatização dos consumidores brasileiros: 9 em cada 10 pessoas têm celular, o que facilita o acesso às informações e molda significativamente a jornada de compra.
Período de crise e reestruturação financeira
De acordo com Joseph Schumpeter, toda nação passa por um ciclo econômico composto por 4 principais etapas: boom, recessão, depressão e recuperação. Nos últimos anos, o Brasil passou por um dos mais longos períodos de depressão, mas hoje dá sinais de recuperação.
O período de crise foi significante para crivar os negócios que realmente têm propostas de valor aos clientes, bem como para despertar a criatividade dos empreendedores. Atualmente, é possível ver estabelecimentos com um viés colaborativo muito mais intenso, como: o aluguel de produtos, compartilhamento de meios de transporte e até de locais para trabalho.
Agora, com a reestruturação econômica, é possível que muitas pessoas se sintam mais confiantes em voltar a empreender, inclusive pelas taxas de juros mais acessíveis praticadas pelos bancos. Porém, ainda assim, negócios de conserto, reforma e colaboração estarão em alta.
Dificuldades a serem vencidas no Brasil
Se já é possível ver um fim para a crise, ainda está muito distante de dizer o mesmo para a burocracia. O país é considerado um dos mais burocráticos. Apenas para abrir um negócio dura mais de 100 dias, enquanto em países mais desenvolvidos a média não passa de 5 dias.
De acordo com relatório do Banco Mundial, que considerou 190 países, o Brasil está na 125ª posição. Isso é reflexo de um elevado número de licenças e procedimentos que precisam ser obedecidos, bem como de custos com alvarás e liberações específicas.
Ainda é importante destacar a escassez de talentos, presente especialmente nas áreas técnicas. Dos 118 países avaliados na pesquisa de competitividade global de talentos, o Brasil amargou a 81ª posição, muito atrás de países como Suíça e Singapura, primeiro e segundo colocados.
Principais fontes de financiamento e ajuda governamental
Todavia, há coisas positivas a serem consideradas. O acesso às linhas de financiamento é cada vez mais fácil, e envolve taxas mais acessíveis. De um modo geral, ao iniciar ou expandir um negócio, é possível contar com as seguintes fontes de receita:
- dinheiro próprio;
- empréstimos bancários;
- empréstimos de amigos ou familiares;
- financiamento;
- premiações e incentivos;
- crowdfunding.
O financiamento é uma das modalidades mais indicadoras, afinal envolve prazos maiores e juros menores. No Brasil, é possível destacar entidades como o BNDES e o FINEP (Financiamento de Estudos e Projetos) que ajudam a subsidiar negócios.
Além disso, existe um crescente número de premiações que ajudam a tirar as ideias mais inovadoras do papel. Um ótimo exemplo é o InovaBra, desenvolvido pelo banco Bradesco e que oferece incentivos financeiros às startups mais inovadoras do mercado.
Características para um empreendedor brasileiro
Uma das principais características do brasileiro é a criatividade, e isso deve ser usado na hora de iniciar um negócio. Sem criatividade, mesmo que haja abundância de recursos, será muito difícil dar início a um projeto, e mais complexo ainda fazê-lo sobreviver em longo prazo.
Mas criatividade não basta, é preciso ter ousadia para tirar os sonhos do papel e começar a gerar resultados na prática: a isso dá-se o nome de inovação. É indispensável que o empreendedor brasileiro seja cada vez mais inovador, capaz de colocar a “mão na massa”.
A realidade é que adversidades sempre vão existir, mesmo nos países mais desenvolvidos. Por isso, o foco não deve estar na crise ou na burocracia, mas em como esses obstáculos serão contornados para criar negócios prósperos, inovadores e longevos.
Veja, agora você está por dentro do assunto! O cenário atual para empreender não é o dos mais animadores, mas é suficiente para que boas empresas sejam constituídas. Há um antigo ditado que diz “enquanto alguns choram, outros vendem lenços”. Pois bem, venda os lenços! Empreenda, apesar das adversidades, com foco em resultados reais.
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Fonte: https://blog.solides.com.br/empreendedorismo-no-brasil/